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sábado, 4 maio, 2024

Portugal celebra 50º aniversário da Revolução dos Cravos

Data celebra o golpe de Estado patrocinado por oficiais de baixa patente do exército português que resultou na queda do regime salazarista em 1974

Portugal celebra nesta quinta-feira, 25, o 50º aniversário da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura do país e marcou a independência de suas colônias na África. Desfiles militares, manifestações e discursos oficiais de autoridades, como o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, fazem parte da agenda de comemorações do país.

Milhares se reuniram na manhã desta quinta-feira no Terreiro do Paço, a famosa praça de Lisboa oficialmente conhecida como a Praça do Comércio, onde uma cerimônia militar foi realizada.

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O evento foi presidido por Rebelo de Sousa, acompanhado do primeiro-ministro Luís Montenegro, e teve a participação de 1,1 mil soldados das Forças Armadas em um desfile militar acompanhado de fragatas e caças F-16.

O desfile foi encerrado por uma fila de antigas viaturas militares, que partiu na quarta-feira, 24, de manhã de Santarém (80 quilômetros a norte de Lisboa), simulando a marcha realizada por alguns dos capitães há cinquenta anos.

No fim do dia, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa receberá os homólogos dos países africanos que conquistaram a independência após a revolução: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. E, como acontece todos os anos, os principais líderes políticos do país discursarão em uma “sessão solene” no Parlamento.

O que foi a Revolução dos Cravos?

A Revolução dos Cravos Lisboa provocou a queda do regime autoritário do Estado Novo, que governou o país entre 1926 e 1974. Em 1974, as tropas portuguesas já estavam em combates há 13 anos em Angola e quase uma década em Moçambique e Guiné-Bissau.

“A principal motivação era resolver o problema da guerra colonial”, recorda à AFP o coronel da reserva Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, herdeira do “movimento dos capitães”, que organizou a revolução.

Os jovens suboficiais demoraram quase um ano para preparar a “conspiração” e executar “um golpe de Estado que pretendia abrir o caminho para a liberdade, acabar com a guerra e construir a democracia em Portugal”, afirma.

No dia 25 de abril de 1974, o regime autoritário mais antigo da Europa ocidental caiu em questão de horas, praticamente sem uma gota de sangue derramada, graças ao apoio imediato da população.

O golpe provocou o cancelamento de uma festa num restaurante, onde uma garçonete decidiu distribuir os cravos vermelhos destinados à decoração às pessoas nas ruas e aos soldados.

Alguns jovens militares colocaram os cravos nos canos de suas armas, o que transformou a imagem no símbolo da revolução política, econômica e social. Foram sobretudo as imagens registradas naquele dia que transformaram o cravo vermelho no símbolo da Revolução de 25 de Abril, dando uma visão romântica, poética, embora a revolução tenha sido especialmente pacífica, explica a historiadora Maria Inácia Rezola.

‘Anos de chumbo’

O regime derrubado em 1974 nasceu com uma ditadura militar instaurada em 1926. Depois de ser nomeado ministro das Finanças, o economista Antonio Salazar liderou o governo entre 1932 e 1968, quando foi substituído pelo professor de Direito Marcelo Caetano.

Durante os anos de chumbo, marcados pelo slogan “Deus, pátria, família”, Portugal se tornou “um país pobre, atrasado, analfabeto e isolado do resto do mundo”, explica a historiadora

Após meses de tensões que poderiam ter resultado em uma guerra civil entre as forças pró-comunistas e as correntes favoráveis a uma democracia liberal, o período revolucionário terminou em 25 de novembro de 1975 com uma intervenção militar do general António Ramalho Eanes, que no ano seguinte se tornaria o primeiro presidente democraticamente eleito de Portugal.

Outro personagem crucial do período, o socialista Mario Soares, venceu as primeiras eleições livres com sufrágio universal, organizadas em 25 de abril de 1975 para formar a Assembleia Constituinte que redigiria a atual Carta Magna do país. Com informações de Agência Estado

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